sábado, 25 de junho de 2011

Meu Parecer Sobre o Centenário das Assembleias de Deus



Por Pastor Sérgio Pereira




Em março de 2010, juntamente com um enorme grupo de blogueiros assembleianos, juntei-me a campanha “Pela Unidade no Centenário”. A campanha servia para mobilizar a nação assembleiana em favor de uma comemoração unida de todos os assembleianos, no ano do Centenário, incluindo CGADB, CONAMAD e a igreja-mãe, em Belém (PA).
Hoje, passado já as comemorações do Centenário, enquanto ainda vigoram aqui e acolá, discursos pujantes sobre os cem anos da maior denominação pentecostal brasileira, penso que não alcancemos os objetivos da referida campanha.
Não obstante a participação do Pr. Samuel Camara nas comemorações da CGADB, e das participações dos Pastores Manoel Ferreira (CONAMAD) e José Wellington Bezerra da Costa (CGADB) nas comemorações da Igreja Mãe, penso que ficamos bem distantes do que queríamos. Não almejávamos participações aleatórias nas comemorações organizadas por ambos os lados. O que queríamos era uma comemoração só, única, forte, como o é ou deve ser a nossa querida Assembleia de Deus.
Tenho dito constantemente em minhas ministrações que o momento do Centenário não é somente de ações de graças, mas também o é de reflexão. Tomando por base este argumento, gostaria de pensar nos próximos cem anos da Assembleia de Deus. O que precisamos fazer? O que mudar? Onde atuar? Continuaremos desunidos e multiplicados em centenas de ministérios independentes ou deixaremos as brigas politiqueiras de lado e nos uniremos como éramos no inicio de nossa história?
Em face aos próximos cem anos é preciso que redirecionemos algumas coisas, observe:

1. É PRECISO REDIRECIONAR A NOSSA VISÃO.
Ou seja, voltar ao ponto inicial. Tendo uma visão de oração, de comunhão, da necessidade pessoal e coletiva, visão de reino de não de tribos. Visão de denominação forte e não de grupos politiqueiros.

2. É PRECISO REDIRECIONAR A NOSSA AÇÃO (At 3.5,7)
O mundo espera receber da Igreja alguma coisa. Precisamos dar ao mundo o que ele necessita. Não escândalos e brigas internas, mas ação do poder do Espírito Santo que por meio da Igreja revela ao mundo o seu poder curador, transformador e perdoador. Precisamos agir a tempo e fora de tempo. Precisamos pregar o evangelho, mais do que fazer joguinhos de poder. Precisamos nos envolver com ações sociais mais do que garantirmos o futuro de nossos apadrinhados. Precisamos agir para levantar os oprimidos e miseráveis resgatando-os da situação deplorável em que vivem.

3. É PRECISO REDIRECIONAR A NOSSA UNÇÃO
Não fazer como Eliseu, que após receber a porção dobrada, uma de suas primeiras ações foi amaldiçoar os rapazes que dele zombavam (II Rs 2.23,24), mas usar a unção recebida para pregar o Evangelho em Jerusalém, Judéia, Samaria e até aos confins da terra. Redirecionar a unção é deixar de lado nossos desejos pessoais na ânsia pelo poder. Redirecionar a unção é utilizá-la segundo o propósito de Deus.

4. É PRECISO REDIRECIONAR O NOSSO LOUVOR E ADORAÇÃO.
Vivemos dias em que os cultos estão sendo transformados em shows. Nunca se ouviu falar de tantos cantores assembleianos que cobram cachês mirabolantes para “louvarem” em nossas igrejas. Como temos incentivado a apresentação carnal e desenfreada de certos “artistas da adoração” em nossos púlpitos! Nosso louvor e adoração tem sido hipócrita, vazio, e auto satisfatório. Fazemos momentos de adoração para massagear o nosso ego e não enaltecer o Senhor. Cantamos com os lábios e a alma distante do Senhor. Precisamos resgatar o verdadeiro louvor e adoração.

Neste momento histórico da igreja, redirecionemos nossas vidas para o altar de Deus. Esquecemo-nos dos interesses pessoais, voltemo-nos para Deus e voltaremos a experimentar o poder da centenária mensagem pentecostal: JESUS SALVA, JESUS CURA, JESUS BATIZA NO ESPIRITO SANTO E JESUS VOLTARÁ!